LITERATURA BRASILEIRA

Poesias, contos, crônicas, novelas, e romances de autoria de Jonas Furtado ganham este espaço para divulgação aos interessados em literatura brasileira, seja de cunho universal, seja de caráter regional no que se refere ao que sonha, sente e pensa o homem. Tais escritos levam os leitores do simples deleite do prazer da leitura a reflexões quase amenas sobre o estar no mundo (oscilando às vezes entre universos possíveis e impossíveis). Venha conosco navegar nas águas de um acontecer poético que nasce.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Motivo da caneta

OUTRO ACHADO MEU, DO TEMPO EM QUE ESTAVA TREINANDO SER POETA. RSRSRS - VAMOS LÁ!


Dou-te motivo para escrever...
Esse mundo não pode esquecer
Dou-te motivo para lembrar
Lembar que esse mundo tem que amar


Dou-te motivo para escrever
Existe criança pra crescer
Dou-te motivo até pra cantar
Cantar pra esse mundo, e não calar
 
Minha caneta, pensa já em ser
A vara de condão pra fazer
Vobrar uma alegre canção no ar
 
Dou-te motivo, mesmo a sonhar
E um mundo bem melhor conhecer
E isto eu gostaria de escrever.
(by Jonas Furtado - 1995)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Uma máquina extraviada de Ponta

Olhava para a máquina de gelo... Que gelo! Um bloco branco a abrasar meu semblante.
Ainda se lembrava do que lera: “A máquina extraviada”, de José J. Veiga. E a mesma necessidade dessa a sua vista – a vista!
Pensou: instalada perto da ponte, ficaria prática a serventia – os barcos aportariam e abasteceriam... O pescado nas geleiras duraria tempo de chegar, de vender, de preparar e de comer... Mas só pensou. Serventia, nada!
Com os momentos se fotografando no disco rígido da história, aquela máquina de gelo, bloco frio pesando no esquecimento, passou a ser monumento erguido a algo que precisamos destacar, sopesando. E que nenhum corrupto venha levar as peças! E que nenhum gigolô destrate a peça de sua serventia! Qual?
_ Mas como?! - indignou-se um.
Sem ela ali, perderemos a identidade. No final, disse, meditando: “A máquina não foi só extraviada; ela extraviou-nos!”.

by Jonas Furtado

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Do coração...

Querendo um barulho...
facilmente ser escrito
fiz dele um embrulho
para ele fazer bonito...


Não é um barulhinho
de mato, folha, capim
por isso o desse embrulhinho
dez-se especial assim:

"Esta caixa que me prende é teu peito
Eu sou o barulho do teu sentimento
Então me descreva com muito jeito

Que aos poucos me levando vai o momento
Este que lhe causou um pensativo feito
Em transcrever-me como nada - então tento"


by Jonas Furtado