Ainda se lembrava do que lera: “A máquina
extraviada”, de José J. Veiga. E a mesma necessidade dessa a sua vista – a
vista!
Pensou: instalada perto da ponte,
ficaria prática a serventia – os barcos aportariam e abasteceriam... O pescado
nas geleiras duraria tempo de chegar, de vender, de preparar e de comer... Mas
só pensou. Serventia, nada!
Com os momentos se fotografando no disco
rígido da história, aquela máquina de gelo, bloco frio pesando no esquecimento,
passou a ser monumento erguido a algo que precisamos destacar, sopesando. E que
nenhum corrupto venha levar as peças! E que nenhum gigolô destrate a peça de
sua serventia! Qual?
_ Mas como?! - indignou-se um.
Sem ela ali, perderemos a identidade. No
final, disse, meditando: “A máquina não foi só extraviada; ela extraviou-nos!”.
by Jonas Furtado
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