LITERATURA BRASILEIRA
Poesias, contos, crônicas, novelas, e romances de autoria de Jonas Furtado ganham este espaço para divulgação aos interessados em literatura brasileira, seja de cunho universal, seja de caráter regional no que se refere ao que sonha, sente e pensa o homem. Tais escritos levam os leitores do simples deleite do prazer da leitura a reflexões quase amenas sobre o estar no mundo (oscilando às vezes entre universos possíveis e impossíveis). Venha conosco navegar nas águas de um acontecer poético que nasce.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Um mundo alelo para...
Como
era possível que ele soubesse o que ocorria? Está preso a um mundo de três
dimensões e sequer intui sobre. E como costume, veste sua roupa de caminhada e
segue ao rumo da estrada para queimar calorias advindas dos excessos do dia
anterior. O observador o observa. Leva a mão no peito, tenta respirar forte,
tenta tossir: está tendo um ataque. Um passante o acode. Depois outro. Razões
são especuladas. Corpo viril, força nos braços, mas um ataque! Cai. Um carro
para, o toma e segue para o hospital... Fulminante! A notícia se espalhou pelos
meios.
Como
era possível que eu soubesse o que ocorria? Vivo apenas e pouco penso nisso. E
como de costume, vou caminhar! Queimar calorias. Comi muito ontem na festa da
Ju. Não dou por quem possa estar me observando... Vou. Mas decido pela calma
porque uma leve pontada ensaia no peito, ao que levo a mão. Dou meia volta já
sem esforço algum. Um caminhante passa, me cumprimenta. Depois outro. Minhas razões
são esquecidas. Tenho força nas pernas e nos braços. Um auto passa com pressa!
Talvez percebesse alguma agitação em seu interior. Fiquei o dia todo sem redes
sociais.
by Jonas Furtado
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Trovamigos
quarta-feira, 5 de julho de 2017
Trovaçaí
alguém disse que tem gosto
de terra o nosso açaí
é de fora e vira o rosto...
pra as coisas boas daqui.
então faço a minha trova
quem puder, vamos embora
de terra o gosto? É uma ova!
pois não dar apreço agora.
quem puder, vamos embora
de terra o gosto? É uma ova!
pois não dar apreço agora.
ou com peixe ou camarão
adubado com farinha
falo sério, só verão
que não é farofa minha.
adubado com farinha
falo sério, só verão
que não é farofa minha.
com ele se faz sorvete
pudim e se faz mingau
se não aprovar, cacete!
de jeito, cara de pau.
pudim e se faz mingau
se não aprovar, cacete!
de jeito, cara de pau.
By Jonas Furtado
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Retinas dos anos 70
sinto porque vi
sei porque aspirei
Revejo no caderno velho
todos os meus poemas
velhice, sandice e novidade pequena
De que são feitos os filmes das retinas
os poemas no caderno afiançam-me estas tintas
que em memórias transformei
Devo transplantar de suporte - o filme envelhecido
e a alma do poema aparecerá
não mais palpável como a açucena
Trago na mente da minha avó o olhar
- sereno pouso nos postes de madeira -
e uma poesia invisível dentro da luz que amei
por Jonas Furtado
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Poema do inverno
faço poema no inverno
as letras, as palavras postas no papel
o papel posto no varal dos sonhos...
as letras, as palavras postas no papel
o papel posto no varal dos sonhos...
o tempo e o vento flamulam-no
se resistir, fica a poesia - alma que dilui as intempéries
roupa com que visto os meus dias
se resistir, fica a poesia - alma que dilui as intempéries
roupa com que visto os meus dias
faço poema do inverno
os sonhos na chuva pedem sol ameno
ao menos o tempo, meu espaço, segue pirilampo...
os sonhos na chuva pedem sol ameno
ao menos o tempo, meu espaço, segue pirilampo...
por JONAS FURTADO
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Via Láctea
É assim. Quando a água estiver quase fervendo, acrescenta-se o pó de café, colher a colher, até que a consistência não fique rala ou muito densa; dilua homogeneamente. Acrescenta-se açúcar e mexa leve e longamente.
A imagem formada na superfície do caldo – pedaço do universo antes do filtro.
by Jonas Furtado
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Motivo da caneta
OUTRO ACHADO MEU, DO TEMPO EM QUE ESTAVA TREINANDO SER POETA. RSRSRS - VAMOS LÁ!
Dou-te motivo para escrever...
Esse mundo não pode esquecer
Dou-te motivo para lembrar
Lembar que esse mundo tem que amar
Dou-te motivo para escrever...
Esse mundo não pode esquecer
Dou-te motivo para lembrar
Lembar que esse mundo tem que amar
Dou-te motivo para escrever
Existe criança pra crescer
Dou-te motivo até pra cantar
Cantar pra esse mundo, e não calar
Existe criança pra crescer
Dou-te motivo até pra cantar
Cantar pra esse mundo, e não calar
Minha caneta, pensa já em ser
A vara de condão pra fazer
Vobrar uma alegre canção no ar
A vara de condão pra fazer
Vobrar uma alegre canção no ar
Dou-te motivo, mesmo a sonhar
E um mundo bem melhor conhecer
E isto eu gostaria de escrever.
E um mundo bem melhor conhecer
E isto eu gostaria de escrever.
(by Jonas Furtado - 1995)
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Uma máquina extraviada de Ponta
Olhava para a máquina de gelo... Que gelo! Um bloco
branco a abrasar meu semblante.
Ainda se lembrava do que lera: “A máquina
extraviada”, de José J. Veiga. E a mesma necessidade dessa a sua vista – a
vista!
Pensou: instalada perto da ponte,
ficaria prática a serventia – os barcos aportariam e abasteceriam... O pescado
nas geleiras duraria tempo de chegar, de vender, de preparar e de comer... Mas
só pensou. Serventia, nada!
Com os momentos se fotografando no disco
rígido da história, aquela máquina de gelo, bloco frio pesando no esquecimento,
passou a ser monumento erguido a algo que precisamos destacar, sopesando. E que
nenhum corrupto venha levar as peças! E que nenhum gigolô destrate a peça de
sua serventia! Qual?
_ Mas como?! - indignou-se um.
Sem ela ali, perderemos a identidade. No
final, disse, meditando: “A máquina não foi só extraviada; ela extraviou-nos!”.
by Jonas Furtado
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Do coração...
Querendo um barulho...
facilmente ser escrito
fiz dele um embrulho
para ele fazer bonito...
facilmente ser escrito
fiz dele um embrulho
para ele fazer bonito...
Não é um barulhinho
de mato, folha, capim
por isso o desse embrulhinho
dez-se especial assim:
"Esta caixa que me prende é teu peito
Eu sou o barulho do teu sentimento
Então me descreva com muito jeito
Que aos poucos me levando vai o momento
Este que lhe causou um pensativo feito
Em transcrever-me como nada - então tento"
by Jonas Furtado
Assinar:
Postagens (Atom)